A retomada da economia no Paraná trouxe bons resultados para as finanças do estado. Em outubro, o estado registrou o maior crescimento anual na arrecadação de ICMS, com um aumento de 9,1% em relação ao mesmo mês de 2019. O valor bruto alcançou R$ 3,05 bilhões, igualando o valor registrado em janeiro. Em comparação com outubro de 2019, o valor foi de R$ 2,79 bilhões.
O comércio atacadista e os combustíveis lideraram o crescimento da arrecadação, com aumentos de 18,6% e 15,7%, respectivamente. Esses setores desempenharam papel fundamental nos bons resultados de arrecadação.
Desempenho de Outubro e Perdas Acumuladas
Embora outubro tenha registrado um bom desempenho, o estado ainda enfrenta perdas acumuladas. Entre janeiro e outubro de 2020, a arrecadação de ICMS teve uma queda de R$ 1,35 bilhão em relação ao ano anterior, e R$ 1,31 bilhão em comparação com a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2020.
O Boletim Conjuntural divulgado pelas secretarias da Fazenda e do Planejamento e Projetos Estruturantes detalha essas perdas, mas também aponta uma recuperação gradual.
Impacto do Auxílio Emergencial nas Vendas
A redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 afetou diretamente o poder de compra da população. Embora 51,8% das empresas do estado tenham registrado aumento nas vendas em outubro, o cenário no acumulado do ano mostra que 55% dos estabelecimentos enfrentaram queda no faturamento.
O setor atacadista se destacou em outubro, com 57% das empresas registrando alta nas vendas. Os setores de indústria (55%) e varejo (52%) também apresentaram bons resultados.
Recuperação Lenta no Setor de Restaurantes
O setor de restaurantes continua a enfrentar dificuldades. Embora o número de estabelecimentos com aumento nas vendas tenha subido para 30% em outubro, ainda é um cenário muito abaixo do esperado. Em setembro, esse número foi de 25%. A maioria dos restaurantes (66%) enfrentou queda nas vendas em outubro. No acumulado do ano, o setor teve uma queda de -34%, a maior entre todos os setores.
Crescimento no Comércio Varejista e Setores em Alta
O comércio varejista teve um bom desempenho em outubro, especialmente no segmento de áudio, vídeo e eletrodomésticos, que teve um crescimento de 69% em comparação ao mesmo mês de 2019. Esse aumento segue uma tendência de crescimento desde maio, quando o setor registrou apenas 9%. Outros setores também mostraram alta, como materiais de construção (26%), hipermercados e supermercados (18%), e cama, mesa e banho (9%).
No entanto, alguns setores ainda enfrentam dificuldades. Vestuário e acessórios tiveram queda de -5%, veículos novos caíram -7%, e calçados registraram uma baixa de -14%. No setor de restaurantes e lanchonetes, a queda foi de -21%.
Setores que Continuam em Alta
Os produtos alimentícios continuam a se destacar entre os produtos com maior crescimento, como cereais, farinhas, sementes, chás e café (33%), frutas, verduras e raízes (23%) e carnes, peixes e frutos do mar (22%). Além disso, geladeiras e fogões registraram um crescimento de 47%, enquanto colchões e fibras, fios e tecidos também tiveram bons desempenhos.
Emissão de Notas Fiscais Eletrônicas
Em outubro, o estado registrou aumentos na emissão de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) em dois setores: indústria de alimentos (1,7%) e comércio varejista (5,8%). Por outro lado, o comércio atacadista e a indústria de transformação (excluindo alimentos) tiveram quedas.
Análise Regional: Diferentes Resultados no Paraná
As regiões do Paraná também apresentaram resultados variados. A Macrorregião Leste, que inclui a capital, teve um bom desempenho tanto no comércio varejista quanto na indústria alimentícia, com crescimentos de 6,5% e 5,6%, respectivamente. No entanto, o comércio atacadista teve uma queda de -2%.
Na Macrorregião Noroeste, o comércio varejista foi o setor com maior crescimento (4,4%), enquanto o comércio atacadista teve um recuo de -4,4%.
A Macrorregião Norte enfrentou uma desaceleração no setor de indústria de transformação, que teve uma queda de -3,7%. No entanto, o comércio varejista teve uma alta de 4,8%.
Na Macrorregião Oeste, o comércio atacadista foi o único setor com queda, registrando -11,2%. Em contrapartida, o varejo teve uma alta de 5,8%, e a indústria de alimentos teve um crescimento de 4,4%.
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Fonte: SEFA-PR.