A 14ª edição do Boletim Semanal, que trata dos impactos da COVID-19 nas movimentações econômicas dos contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços (ICMS) no Rio Grande do Sul, foi disponibilizada pela Receita Estadual na quarta-feira, 1º de julho, no portal Receita Dados.
Desempenho Econômico: Queda no Ritmo de Retomada
Os principais indicadores econômicos do Estado indicam que o ritmo de recuperação diminuiu na última semana. Esse desempenho ficou aquém dos resultados observados em maio e até meados de junho. O Boletim analisou o período entre 16 de março e 26 de junho, quando o Governo Estadual implementou as primeiras medidas de quarentena.
A emissão de Notas Fiscais Eletrônicas (NF-es), por exemplo, registrou uma queda de 8,6% na última semana em comparação com o mesmo período de 2019. Essa redução possivelmente reflete o retorno de medidas restritivas mais intensas. Entre 16 de março e 26 de junho, o acumulado mostra uma queda de 10,2%, o que equivale a uma perda de cerca de R$ 190 milhões diários em operações registradas nas NF-es. Ricardo Neves Pereira, subsecretário da Receita Estadual, destacou que o comportamento da última semana precisa ser monitorado para que se possa identificá-lo como uma tendência consolidada.
Os dados indicam que a indústria também enfrentou dificuldades. A variação da produção industrial foi de -14,2% na última semana, embora o setor tenha apresentado oscilações nos indicadores semanais entre resultados negativos e positivos nos últimos meses.
Setores Econômicos: Resultados Contrastantes
O setor de agronegócio apresentou resultados positivos, com destaque para os setores de “Arroz” e “Aves e Ovos”, que mantiveram bom desempenho. No entanto, diversos setores industriais enfrentaram dificuldades, como “Celulose e Papel”, “Coureiro-Calçadista”, “Eletroeletrônico”, “Madeira, Cimento e Vidro”, “Plásticos” e “Produtos de Limpeza”, que apresentaram quedas nas emissões de NF-es em relação à mesma semana de 2019. O setor “Coureiro-Calçadista”, por exemplo, teve o pior desempenho desde abril, com uma queda significativa de 50,9%.
Ricardo Neves enfatizou que, apesar da queda em alguns indicadores, a visão consolidada de junho mostrou um processo gradual de recuperação, com alguns setores alcançando crescimento, enquanto outros apenas reduziram a queda.
Variações no Setor Atacadista e Varejista
O setor atacadista registrou um leve aumento, passando de -0,9% para +1,0%. Essa melhora reflete uma estabilidade nas últimas três semanas, com destaque para os setores de “Alimentos” e “Insumos Agropecuários”. O setor de “Combustíveis” também apresentou um desempenho positivo, embora com variações significativas: de -36,7% para -23,9%.
Por outro lado, o setor varejista continua enfrentando dificuldades. A queda no indicador semanal foi de 4,9% para 7,0%, o pior resultado desde o início de maio. Os setores de “Supermercados” e “Medicamentos” continuam positivos, mas o setor de “Vestuário” enfrentou uma acentuada piora nas últimas três semanas, com quedas de 9,5%, 27,7% e 47,0%, respectivamente.
Ao comparar o período de 16 de março a 26 de junho com o mesmo período de 2019, os setores de Indústria, Atacado e Varejo apresentaram variações de -14,4%, +0,6% e -14,0%, respectivamente.
Combustíveis: Impactos no Preço e na Demanda
O setor de combustíveis foi fortemente afetado, com o Etanol apresentando uma queda de 53,9%, seguido pela Gasolina Comum (-22,4%) e o Óleo Diesel S-500 (-16,6%). O Óleo Diesel S-10, por outro lado, teve um aumento de 9,5%.
Nos preços médios, todos os combustíveis analisados apresentaram uma queda, refletindo a atual conjuntura internacional do petróleo. No entanto, nas últimas semanas, os preços começaram a se recompor. A Gasolina Comum, por exemplo, passou de R$ 3,81 em 6 de maio para R$ 4,14 em 26 de junho.
Essa recuperação nos preços e a variação na demanda indicam que a economia ainda se ajusta às consequências da pandemia e das medidas de isolamento, mas há sinais de estabilização em algumas áreas.
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Fonte: SEFAZ-RS.