Desafios da Queda de Atividades e Impactos na Arrecadação
Em cidades como Toledo, Pato Branco, Araucária e Umuarama, o índice de empresas em operação chegou a 95%, o que demonstra uma recuperação no interior do estado. No entanto, o período de maior queda nas atividades foi entre 23 e 27 de março, após o Governo do Estado determinar o fechamento de atividades não essenciais. Nessa fase, apenas 54% das empresas estavam operando, com algumas cidades, como Cianorte (37%) e Umuarama (40%), atingindo níveis de atividade abaixo de 50%.
A análise focou em empresas formais que emitiram pelo menos uma nota fiscal entre março e abril. De acordo com a Receita Estadual, 8,4 mil estabelecimentos do Simples Nacional e 2,3 mil do Regime Normal ainda estão fechados. Essa queda nas atividades tem um reflexo direto na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS), que no primeiro quadrimestre deste ano teve uma redução de 3,8% em relação ao ano anterior, resultando em R$ 405,3 milhões a menos nos cofres públicos.
Desempenho do ICMS no Paraná e Comparação com Outros Estados
Em abril, o Paraná registrou queda de 16,9% no ICMS, o que coloca o estado em patamar similar a São Paulo (19%), Pernambuco (16%), Mato Grosso (15%) e Rio Grande do Sul (13%). As perdas impactam diretamente os municípios, uma vez que a legislação exige a distribuição obrigatória de 25% da arrecadação. Com a tendência de queda de arrecadação, espera-se que o auxílio federal aprovado pelo Congresso, de R$ 1,9 bilhão, não seja suficiente para cobrir a perda projetada.
Projeções indicam que, entre abril e maio, o Paraná perderá cerca de R$ 1,18 bilhão, quase 70% do total que será repassado ao Estado no quadrimestre.
Vendas: Aumento no Volume, Mas Abaixo do Nível de 2019
O boletim também revela um crescimento no volume de vendas comparado ao início da pandemia, em março, embora os índices estejam bem abaixo do registrado no Dia das Mães de 2019. Entre os setores que apresentaram crescimento estão hipermercados, supermercados, farmácias, áudio, vídeo e eletrodomésticos, lojas de materiais de construção, informática e telefonia, e calçados. Contudo, restaurantes e lanchonetes apresentaram uma queda no número de clientes.
Na comparação com março, apenas hipermercados e supermercados, calçados, e áudio, vídeo e eletrodomésticos registraram índices iguais ou superiores aos de março. Esses índices, indicados como 100, facilitaram a comparação com as variações subsequentes.
Desempenho Regional e Setorial no Paraná
Na análise regional, o balanço da atividade econômica aponta aumento de 5,4% entre a semana de 3 a 10 de maio. Na comparação com a semana de 16 de abril, o aumento foi de 36,8%, mas, no total da pandemia, houve uma queda de -18,8% na atividade econômica. As maiores quedas ocorreram nas macrorregiões de saúde Leste (-20,5%), Norte (-19,2%), Noroeste (-19%) e Oeste (-12,7%).
Setor de Combustíveis: Queda nos Preços e Impactos no ICMS
Entre 1º de janeiro e 7 de maio, os preços nas refinarias caíram 46% na gasolina e 43% no diesel. Essa redução também refletiu nos preços para os consumidores, com queda de 20% na gasolina, 22% no etanol e 25% no diesel. No setor de combustíveis, a redução média de ICMS devido foi de R$ 52 milhões por semana, uma diminuição de 39%. Na última semana, a queda foi menor, R$ 40 milhões, devido ao crescimento de 14% nas vendas.
Geolocalização e Isolamento Social
O boletim destaca que o índice de isolamento social no Paraná caiu para 38,7%, ligeiramente abaixo de Santa Catarina (38,9%) e Rio Grande do Sul (41,2%). Esse número foi calculado pela empresa In Loco, com base nas informações de geolocalização de celulares.
Projeções Nacionais e Internacionais
O boletim também traz dados macroeconômicos nacionais, como a queda no IPCA (1,76%) e a projeção de perda de -4,11% no PIB em 2020. A taxa de desemprego pode alcançar 17,8% em dezembro.
Internacionalmente, a Espanha e os Estados Unidos registraram quedas no número de empresas e aumento no número de solicitações de seguro-desemprego, refletindo os impactos globais da crise econômica.
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Fonte: SEFA-PR.